Do vôlei ao funcional, praticar esporte na praia, além da vantagem de ter a natureza como academia, pode até trazer resultados mais eficazes para a saúde do corpo. “O treinamento na praia se torna mais intenso por conta da tração da areia, que faz com que se trabalhe bastante os membros inferiores, o condicionamento físico e a situação cardiorrespiratória”, diz Herculano Mesquita, educador físico.
Segundo Herculano, o exercício físico na praia é recomendado para qualquer pessoa, sempre precisando, claro, fazer as devidas adaptações de acordo com o perfil do praticante. “A praia é um excelente local para fortalecer os músculos, as articulações, é inclusive onde é feita a reabilitação de jogadores. Isto porque não há tanto impacto no solo, pois a areia ajuda a amortecer mais, explica.
Para quem começa a praticar, os esportes na areia tornam-se uma verdadeira paixão. Conheça histórias de gente que encontrou nas modalidades esportivas praianas o ponto de equilíbrio entre a saúde do corpo e da mente.
Vôlei
Wedla Godinho, 31, advogada
“Eu desenvolvi a paixão não só pelo vôlei de praia, mas pelos esportes, desde o colégio. Com o vôlei de praia, iniciei em 2015, em um torneio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Goiânia. Então, comecei a treinar. Eu já jogava em um grupo chamado “Eu Vôlei”, onde tem todo tipo de gente, de todas as profissões, jogando às quarta-feiras à noite e aos sábados de manhã. A gente cria torneios temáticos, de acordo com a data. Por exemplo, torneio do Papai Noel e Mamãe Noel, no Natal etc. O esporte é muito bom porque esqueço da correria do dia a dia, contemplo a praia, o mar.
O vôlei de praia é diferente do de quadra: é mais puxado por conta da areia. Percebo que, quanto mais eu jogo, mais melhoro meu condicionamento físico. Também tenho que aliar a uma academia para poder fortalecer, para poder jogar com mais qualidade.”
Verena Figueira, 22, estudante de nutrição
“Comecei no vôlei de praia bem cedo. Entrei para escolinha quando eu tinha nove anos de idade e sigo até hoje. Desde então, já fui vice-campeã sulamericana adulto, vice-campeã brasileira sub 19, em 2015, vice-campeã brasileira geral sub 21, em 2015, campeã no Beach Games Universitário em 2016, campeã do Beach Games Universitário internacional em 2016/17, entre outras medalhas. Por causa dos treinos, tem o cansaço físico, mas o corpo acaba se adaptando a um melhor rendimento, uma melhor performance. Eu treino na Beira Mar, em frente ao Jardim Japonês.”
Funcional
Iago Rolim, 16, estudante
“Como sou atleta de basquete, o treino funcional ajuda muito. Isto porque o basquete é um esporte muito explosivo e o funcional é bom para criar agilidade, treinar o fôlego, a perna etc. Comecei há um ano na praia, tenho um preparador físico e chamei ele para ir comigo lá na Beira Mar. No caso, ele se baseia em educativos de corrida, de agilidade e explosão, mudança de direção, treino de perna, dentre outros.
Pratico mais durante as férias, voltei esses dias, por exemplo. O funcional aumenta minha velocidade, além da própria resistência física. Como é feito na praia, não só a dificuldade da areia, mas o sol ajuda a criar resistência. É interessante também que, no período da tarde, no Aterro, lota de gente. Então, chega uma galera para conversar comigo, me pedir para fazer parte do treino; às vezes, as pessoas perguntam qual esporte eu faço. É muito bacana essa interação.”
Futvôlei
Mayra Dias, 27, empresária
“Minha vida toda fui e sou atleta. Comecei a jogar vôlei aos sete anos de idade, mas somente aos 15 resolvi participar de clubes e times mais fortes. Quando eu tinha 23 anos, surgiu a oportunidade de participar de um campeonato de futevôlei universitário. Com poucos treinos, na minha primeira participação no Jogos Universitários Brasileiros em 2016, fui bronze ao lado da minha dupla, Fernanda. Desde esse resultado, pela vontade de melhorar, de ser ouro, resolvi adentrar no mundo das quadras de areia, mas jogando futevôlei, o meu mais novo amor. Hoje, em 2019, sou tricampeã no jogos universitários brasileiros e tricampeã nos jogos universitários cearenses. O grande desafio era melhorar o equilíbrio corporal, algo que até hoje devo treinar com muita atenção e dedicação, pois não é fácil.
Meu vínculo social é praticamente todo do esporte, seja do vôlei, futebol, futevôlei, crossfit. O esporte liberta as pessoas de crenças, discriminações, ele envolve pessoas de diferentes níveis sociais e financeiros. Já vivi muita coisa bonita, muita união, coesão, realmente uma imensa transformação social. No esporte, todo o mundo se conhece, nossos adversários geralmente são nossos amigos. Respeito tem que ser nosso sobrenome.
Atualmente, treino na escolinha de futevôlei Mucuripe, no Jardim Japonês, na Beira Mar, com o grande professor Oseias. Lá temos aulas interativas e bem adaptadas, um verdadeiro ambiente esportivo-social.”
Fotos: Arquivo pessoal