Foi ainda com 10 anos que Felipe Dias, hoje com 19 anos, descobriu sua paixão pelo Ceará Sporting Club. Estaria tudo certo, caso não fosse um impasse: o pai e toda a família do lado paterno são apaixonados pelo Fortaleza, o rival direto do time alvinegro. “Acabei gostando do Vozão acho que por conta das amizades de quando eu era criança, a maioria torcia Ceará. E um tio por parte de mãe, que eu era muito próximo”, lembra Felipe, estudante de contabilidade. Além da preferência distinta pelos times cearenses, Felipe torce Corinthians e o pai, São Paulo, dois grandes adversários do futebol paulista.
Apesar de terem lados opostos no futebol, pai e filho garantem que não há espaço para rivalidade e quem entra em campo é o respeito mútuo. “Virou até brincadeira quando eu soube, e de certa forma foi até bom, diferenciado. Acabou unindo a gente, conversamos muito sobre futebol, cada um defendendo seu lado. É bem bacana”, afirma Francisco Evandro Lima, 54, técnico têxtil, o torcedor tricolor.
Mas e quando é Clássico-Rei? Segundo Felipe, no estádio a família escolhe um setor mais reservado, para caso quiserem comemorar, não causar nenhum desconforto. “A gente já foi para alguns jogos juntos e quando é só do Ceará, ele torce também, pelos times cearenses no geral. O fato do Ceará ser o rival não limita ele de torcer para o bem do Ceará”, conta sobre o pai.
Em casa, a correria impede dos dois assistirem a mais jogos juntos, mas quando dá certo, é sempre uma festa. “Ele convida os amigos, então fica a turma de um lado e eu e minha filha do outro lado. No final das contas, é sempre uma festa, nada de discussão, mas com muito respeito”, conta Evandro.