Chambinho do Acordeon fala da carreira na música e no cinema. Ele fez o papel de Luiz Gonzaga no filme “Gonzaga: De Pai Para Filho”
Natural de São Paulo, aos oito anos de idade Nivaldo Expedito de Carvalho mudou-se para o Piauí e lá se encontrou nos acordes da sanfona. Conhecido como Chambinho do Arcodeon, o artista tem como um de seus principais trabalhos interpretar Luiz Gonzaga no filme “Gonzaga: De Pai Para Filho”, película de 2012.
Como cantor, integrou grupos como Banca Caiana, Pifanos de Caruaru e Trio Zabumbão. Hoje, Chambinho atua em carreira solo com repertório de músicas autênticas do Nordeste, como o baião, xote e arrasta-pé.
Fortal – Sua trajetória profissional busca impulsionar os laços com a música nordestina. Por quê?
Chambinho – A música nordestina é a minha referência, meu documento de identificação. Eu acredito que cada artista deve cantar sua verdade, seu interior. Quando a gente canta com verdade, a gente expõe ao público nossa alma, e a minha alma é nordestina.
Fortal – Qual sua avaliação do atual cenário de forró no Brasil?
Chambinho – O forró atual tem duas linhas. Uma é o forró tradicional – que muitos avaliam erroneamente como forró para velho. O outro, de plástico, ou não sei qual outra nomenclatura, que uns dizem que passou por uma modernização, outros dizem que é uso indevido do nome porque não é forró. Eu acredito que tem espaço para todo o mundo trabalhar. O que não concordo é rotularem de forma negativa um ou outro. O que é preciso é união e o que realmente me preocupa é o abandono dos outros segmentos com o forró legítimo. Nós também precisamos estar em todas as festas, junto com os outros gêneros. A mídia e as rádios e TVs não são mais espaço para o forró. Então, a população para de ter acesso e, assim, o forró passa a ficar enfraquecido, infelizmente.
Fortal – Você acha que a relação com seu avô, com quem aprendeu a tocar sanfona, influenciou na sua escolha pela carreira musical no forró autêntico?
Chambinho – Sim. Os meus primeiros passos na música foram guiados pelo meu avô e muito novo eu conheci a essência do forró.
Fortal – Você participou do filme “Gonzaga: de Pai para Filho”. Como foi a experiência?
Chambinho – Foi o maior desafio da minha vida. Eu nunca havia atuado. Sempre fui sanfoneiro e tímido. O filme me desafiou a superar meus limites. Tive que estudar muito, me dedicar 100% ao preparo, que durou longos meses. Mas foi um bom trabalho, o público gostou. E ficou para o cinema brasileiro um belo trabalho que conta a história de um dos maiores ícones da nossa música.
Fortal – Como está sua agenda de shows para os próximos meses?
Chambinho – Infelizmente, hoje alguns contratantes incluem o forró no São João (quando incluem) e deixam de fora nas outras festividades. Não entendo, porque o forró nordestino é a música do povo. Iniciei agora um projeto de Vaquejada e vou trabalhar em cima desse lançamento nos próximos meses.